domingo, 29 de novembro de 2009

estalo os dedos, agora pego o que imaginei no ar antes de cair e quebrar, ai! não consegui! foi por pouco, é que vc disse alguma coisa que me desconcentrou. uma daquelas frases que se diz como se fosse uma coisa boba mas que tem um leve sabor de vingança e que eu não amorteço. enfim, se espatifou em milhares de pedaços. a vassoura da bruxa má que me tornei ainda tenta trabalhar de forma que possa juntar as partículas do meu maior desejo espalhadas no chão do abismo. até ele tem fim, tem chão e gravidade é o que nunca faltará em tudo na vida. como um gozo interrompido por algo como a morte eu vejo o amor se despedindo precoce.
nem acredito,
nem acredito,
a quem daria esse crédito? a quem de nós?
nesse término

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CAMPANHA DEVOLVA-ME!

SE TE EMPRESTEI UM LIVRO ALGUMA VEZ, DEVOLVA-ME!

SE SOUBER DE ALGUMA ESTANTE QUE NÃO SEJA MINHA E QUE GUARDE UM LIVRO MEU, ME AJUDA! FAÇA CONTATO, ACEITO DENÚNCIA ANÔNIMA, TORPEDO, SCRAP, EMAIL, LIGAÇÃO A COBRAR, TICKET... EU SEI QUE ABASTECI UMA GALERA, MAS APRENDI QUE NÃO SE EMPRESTA LIVRO, MUITOS NEM SÃO LIDOS E QUASE TODOS NUNCA DEVOLVIDOS!!!! EXISTE INTERNET, SEBO, MEGA STORE E TUDO MAIS! SE VIRA AMIGO, MAS NÃO ME DESFALCA! EU TENHO APEGO AOS MEUS LIVROS!




TRILHA SONORA: LIVROS

CAETANO VELOSO

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

REBÚ: última semana e imperdível!!!!!!



Rebú reúne um time de gente doida! mas é doideira da melhor qualidade. como? simples: são todos artistas que vieram ao mundo para isso sem dúvida alguma e não descansaram um só dia. Trabalho, trabalho, trabalho, pesquisa, experimentos, ensaios, leituras, dança, pernas e olhos atentos, generosidade, responsabilidade, muita responsabilidade com a arte, com a vida, com o tempo, das pessoas, deles, do teatro, amor, dedicação, compreensão, garra, ousadia, muita fé! É Teatro expressionista! Precisão e poesia nos movimentos. Os segredos das relações esboçados em gestos que conversam e dizem escancaradamente a dor de cada um, palavras que não podem ser ditas e que foram todas, cada uma delas, imaginadas pelo autor. Jô Bilac é um cara jovem, simpático, doce e discretamente genial, digo assim pq sentado numa mesa de bar, ele é um cara aparentemente comum, não tem um tipo esquisito, nem usa roupas exóticas, não faz aquele estilo que se imagina de artista louco, genial e tudo mais que um grande artista deve ser, mas não necessariamente aparentar, ele é uma maravilha de surpresa! O texto já foi requisitado por jurados de um prêmio de arte para análise, pq não basta ouvir, nem ver, tem que ser lido também, é rico, delicioso, cheio de trama, malicioso, e com toda dor e neurose das personagens ainda consegue arrematar o prazer total do espectador com gargalhadas. Agora sobre o elenco: Carol Pismel como Vladine, minha idéia de futura Fernanda Montenegro. Paulo Verlings que me confunde com o sedutor às avessas, mimado, carente, misterioso de Matias. Julia Marini, outra maravilha de surpresa, forte, linda, bailarina do desespero de Bianca. E Diego Becker, bode, pode? Pode! Sutileza e maestria num papel tão surreal, do bode Nataniel. Animalização do homem ou humanização do animal? Diego é quem escolhe! Infinitas as considerações sobre esse espetáculo que tem a direção impecável de Vinicuis Arneiro, também jovem, discretamente brilhante e muito elegante! Acho que essa turma toda é uma maravilha de surpresa. São todos discretamente arrebatadores, juntos incendiando cenas.

Teatro da Cia dos Atores, na escadaria da Lapa, primeira casa à direita! as 20:00h de sab à segunda, 20 reais!

domingo, 22 de novembro de 2009

um poema perdido
como uma pílula desceu até meu estômago vazio e ali se achou
como quase tudo que mora dentro de mim vai crescendo
acordei hoje com essa coisa me doendo
me chamando pra trocar algumas palavras sobre nós
mas tá tudo tão embolado
e a massa que em mim fermenta a angústia não se aguenta
é escandalosa, de lua, tagarela, ciumenta!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

vai chupar um picolé! melhor coisa nesse calor...

aprendi a gostar de estar só, sozinha, desacompanhada, independente, livre, solta, solteira....sem coleira, sem chatice, sem falsa meiguice, sem cafonice, caretice e AMORZINHO É O CARALHO!

olha que lindo que escrevi pra vc... me esquecer:

o amor é importante, repousando numa estante
o amor é fundamental, mas longe do meu quintal
agora vambora!
vai brincar lá fora, vai!
se arranque daqui seu moleque, se arranque!
toma aqui essa moeda, seu merda!
vai chupar um picolé, seu mané!

Nú!!!!! Nó!!!!!!

NÓ!!! EXCLAMA MINHA GARGANTA APERTADA! NÃO É NÓ DE MINEIRO, NEM DE CARIOCA, É UM NÓ DE GENTE, EU SOU GENTE! EU TENHO UM NÓ NA MINHA GARGANTA! E NÃO POSSO GRITAR O QUE ME ENFURECE PQ PERDERIA O SENTIDO NUM MUNDO DE GENTE ESTRANHA. QUE FEIO! NÃO ADMITO NENHUMA GENTE QUE JÁ TENHA VIVIDO 30 ANOS E AINDA NÃO APRENDEU A TER DIGNIDADE. NÃO É HOMEM, NEM MULHER. É GENTE QUE NÃO TEM NADA A VER COM A MINHA GENTE. ESTOU CHEIA DE PRECONCEITOS! NÃO ME ESFORÇAREI PRA ENTENDER CERTAS ATITUDES QUE DE TÃO GROSSEIRAS NÃO ME PARECEM SEQUER COISA DE GENTE, DE GENTE DE VERDADE, DE GENTE GRANDE.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

PRA VC ou DÉBUT ou A MORTE

poupe o amor
pelo amor de Deus
se lembra daquele tempo?
um monstro feio o matou
devolve um pedaço?
comi as palavras que cortariam pra sempre a minha boca
na esperança de não torná-las reais, me esqueci que antes, bem antes do nome de cada uma delas, existe um equivalente em dor, em sensação, em noção, em idéia, bem vivos e nascentes no fundo de mim
erramos os caminhos confusos da longa distância, pegamos mãos erradas por aí
minha cabeça dói, o jogo do amor é labiríntico demais, tonta
tonta