sexta-feira, 28 de maio de 2010

é o pente! até o presidente!



não tenho olhos pra encontrar o buraco da agulha, a linha solta voa, some e se confunde com meus cabelos brancos que já nascem sem eu perceber. também não tenho olhos para ver as marcas do tempo na minha cara pálida, cara de pau, cara à tapa, carão, cara dura, caraca! no som do pancadão, vou rebolando até o chão, saindo de mansinho eu caio na contradição, é meu irmão, é a lei do proibidão, ão, ão, ão, NÃO, NÃO, NÃO! fui interrompida pela gritaria do funk aqui na esquina. me avisa só onde eu posso botar com raiva!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

tem jeito não

conte uma mentira
é rapidinho
e leve uma bolacha
mas de chocolate
late, cachorro bobo!
você também late
na unha meta é mate
côco ralado, bote mais!
capriche no rebolado
é bom mermo
misture tudo assim
ande rápido, menina
aí que agonia!
tire isso de mim!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

morte ou pela passagem de uma grande dor


tudo está sempre morrendo.
não sei até quanto eu posso guardar do que passa forte por mim, mas alguns momentos já nascem eternos
choro muito pela beleza do amor
pela tristeza
pela certeza da dor,
não queria nem que a morte pudesse parar o amor
pra onde vai o amor quando ele acaba? acaba o amor? morre o amor?
explode no ar em cores lindas e se transforma em lembrança de quem? ou vai morrendo aos poucos deixando só um rastro, só uma música de fundo dedilhada em que espaço? em que tempo?
luto
é tão grande a sensação de solidão quando um amor acaba
e quando ele nasce
e quando ele acontece
não se pode amar como antes
eu odeio o amor
imagens em câmera lenta e retratos cortados dançando gymnopedie
tudo isso na minha cabeça e meu corpo todo doendo de desamparo
sou grande demais pra caber no colo de alguém, adulta demais pra assumir que não sei nada da vida, burguesa demais por achar tão importante falar de amor?
dói
e se eu morresse?
e se vc morresse? já pensou?
e se já morremos?

lembremos dos nós dos nossos corpos nús
das danças e dos gritos no ouvido
das gargalhadas e conversas mais complicadas
das manhãs e noites seguidas de nossas companhias, tempo curto da vida em que pensamos que solidão não existiria

segunda-feira, 10 de maio de 2010

lago negro

qualquer coisa quando cai, mesmo aparentemente não rachando, se machuca
qualquer choro que não sai quando vem é bem vindo
gosto de rir de mim mesma depois que uma gota transborda meu pote de água negra
ao contrário do que penso, faço e depois calculo
por mais que eu tente, sempre é um mergulho
cheiro flores no escuro como Ofélia faria apaixonada
depois a correnteza lava e a miséria da alma acaba
perto do que me dói, apenas eu e minhas infâncias roubadas
uma lista interminável de imagens
me perseguem quando estou assim tão, tão, sei lá
me deixa
me deixa
porque se não me deixar eu não deixo e não tem mais jeito
viagem no cartão de crédito
bilhete de despedida
roupas velhas na mala
promessas de vida
me deixa
tpm é uma merda
ela faz que não vem
mês a mês joga meu humor no lixo
e logo volto podre para a superfície
preciso parar de gastar moedas nas fontes de pedidos!

domingo, 9 de maio de 2010

dizem que sou louca por eu ser assim...


me perguntava muitas vezes ao dia
me perguntavam em silêncio muitas vezes ao dia
sou uma idiota?
procurei o significado da palavra no dicionário antes de finalmente tentar me responder.
eu realmente fiquei encucada e queria uma resposta bem pensada, para que meu próprio julgamento fosse ao máximo justo. uma vez idiota, sempre idiota e isso é uma marca profunda na personalidade de uma pessoa, penso. bom, encontrei o seguinte:
IDIOTA: que ou quem é pouco inteligente: tolo, estúpido, imbecil.
e tarde chegou o momento de confrontar meu ego e supergo numa discussão difícil, mas eles acabaram concordando. Pois sim, sou uma idiota e vá com Deus. Eu vou!
às vezes é melhor não aprender, olhar pra vida como se tudo fosse inédito,
ser virgem de novo, ingênua e não usar disfarces, atenta ao vento, tolinha, tadinha... felizinha!