segunda-feira, 28 de junho de 2010

é natural qualquer coisa

dói ter vontade de fazer xixi e não poder

sábado, 26 de junho de 2010

o pesadelo da boneca russa no inverno



miudinho como uma ervilha. dentro bem dentro e quase sem espaço ainda bate nas paredes de dentro do dentro da membrana que separa da outra parte. e do lado de fora mais um ou seria uma cápsula que guarda outras cápsulas de amor escondido? e dentro do dentro e do lado de fora, duplamente cheio de faces surgem as ervilhas cada vez maiores até chegar ao tamanho de um coração humano de gente adulta. no frio da solidão, tremendo de medo. só se despe no desespero e só morre no fim. o que é o que é? é o pesadelo da boneca russa no inverno!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

para não pecar contra a própria vida

Dizem que a primeira palavra que falei foi Deus? Dizem...
É claro que eu tentei falar pa-pai, mas antes mesmo foi Deus, dizem...eu acredito.
Fui criada por duas tias carolas que chamavam por Deus? o tempo todo. Para tudo era Deus? Eu escrevo e falo Deus? sempre com interrogação no final, perceberam? Descobri. É assim que se deve falar com Ele! Comecei interrogando para me certificar de que Ele estava me escutando e continuo pq passei a duvidar da sua existência. Titias se fossem vivas não iam entender esse meu jeito de pensar. Não importa, pois mesmo assim eu me sinto muito bem e ainda faço as minhas orações diariamente. Antes de dormir ou quando fico nervosa e isso pode acontecer a qualquer hora do dia e da noite. Acontece mais à noite, quando estou sozinha em casa e o escuro me engole. Junto as mãos na maior das fés e chamo Deus? E acho que ele não me escuta e chamo mais uma vez Deus? E Grito Deus? Bem alto e com o grito vem o choro forte, depois o silêncio, a calma e então consigo dormir. Sonho com Ele me ninando e acordo acreditando de novo. Durante o dia eu preciso fazer isso algumas vezes. É muito importante não desistir de Deus? Só assim a gente consegue ir até o final.

terça-feira, 22 de junho de 2010

praia de areia fina e branca, muito branca. casas cortadas ao meio, feridas e abandonadas. todas enormes e de estrutura negra. som de esqueleto cortando o vento. pequenos bichos mortos, peludos como tapeçaria de luxo e um mar de gente muda e desconhecida enquanto ainda sorri. caminha, sente o vento nos cabelos. a saia do vestido dança, faz um desenho bonito borrado de flores amarelas e vermelhas. cachorros de pêlos pretos deitados, ou mortos. carrinhos de bebês, babás invisíveis, bancos sujos, choros abafados, sacadas verdes, praça de concreto. olhares vazios, sorrisos montados, falsa tranquilidade. bananeiras, palmeiras e coqueiros. enormes janelas pro nada, panos brancos, cheiro de queimado. já sem fogo, td ali já havia acabado, mas ainda assim uma vida estranha, além do verde sobrevivente do alto do coqueiro, pulsava silenciosa como respiração contida. côco queimado, côco seco. boca seca, nariz seco, td cansa e o azul marinho do mar mais distante. pensou: foi feito pra não alcançar, só pra sonhar.

domingo, 6 de junho de 2010

mil por hora

se o coração aguenta então vá em frente!
quando a perna é forte não há medo que a faça TREMER

corraaaaaaaaaaa!!!!!

é bonito quando no meio do caos o tempo desacelera e as cores vibram
esse movimento é poesia que invade apesar dos poros entupidos pela vida que te exige ser prático

chega uma hora que você só tem que dizer sim ou não, mas as escolhas são infinitas

quem sabe?

não falo só do amor, falo do tempo e do espaço
e de variantes e variáveis

mente precisando meditar

corpo rígido do frio

ai domingo, vai passar

e é mesmo necessário ser super humano

ou se fuder

escolas de malandragem, frequentei sim

buda, jesus, freud, ossanha, chico buarque, clarice lispector e incenso

caio fernando abreu

sou uma mulher
sou uma mulher?

quantas ainda cabem aqui dentro?

e assim seguem os dias
e eu me perguntando

quizás, quizás, quizás
laralaralaralaaaaaa
la la la la la la la

vou me casar
já mandei fazer o vestido!

terça-feira, 1 de junho de 2010

boneca russa de tpm


colorida, bem vestida e com cara de saudável eu caibo dentro de mim e dentro de mim cabem mais várias de mim. uma menor que a outra, encolhidas, como cabem! primeiro eu, depois uma outra eu e depois outra e mais outras infinitas. bem de dentro de mim brota um monte de mim, um monte de eu, de coisas. cada uma com uma cara muito minha, máscara atrás de máscara. uma, depois a outra e depois a outra. de dentro pra fora e de fora pra dentro. são muitas de mim enfileiradas esperando a hora de atuar ou de correr pra trás de alguma pra se esconder do mundo. com a boca roxa de frio uma das bonecas quer saber se tem chocolate quente e cremoso agora. tem?