segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ensaio

ok, aos 30 então é quando você assume que as coisas são o que são e podem ser boas assim, sem conformismo, nem satisfação, uma sensação que fica bem no meio disso, a palavra uma hora vem para definir ou tentar. fato é que quando olho no espelho e vejo um fio de cabelo branco ou uma ruga no canto do olho eu não tenho nada o que fazer e para que as coisas continuem andando da melhor forma, eu só preciso aceitar e seguir, adicionando esses dados da realidade/tempo na sacola das coisas normais. é normal.... a gente sempre pensa quando se assusta com a resposta do tempo que passa rápido demais! o ano voa, o dia eu nem vejo, e por aí vai e assim a gente aprende que uma hora não tem mais pra onde correr, a vala é certeza! kkkkk eu sei que não se morre só de velhice, mas o que sinto é que o cabelo branco perdeu alguma coisa de vivo e a pele enruga tb porque algumas células morrem e tudo o que quero dizer com isso é que eu sou quem eu sou até hoje e não posso perder tempo reclamando comigo sobre coisas que eu não fui capaz de fazer e coisas que eu definitivamente não posso fazer, pelo menos não nessa vida! aceito! isso não quer dizer que eu tenha parado de ambicionar autorrevoluções e quebras de padrões comportamentais, que desisti de algum sonho ou que tenho preguiça de viver, é bem mais simples! o que quero dizer e aceitar é que eu posso gostar de quem sou assim exatamente como sou hoje, ainda com 99, 9% de fios castanhos no couro cabeludo, sem ter cumprido tudo exatamente como havia planejado quando mais nova e por aí vai... vai me abrindo a noção de que tudo é fantasia e que agora basta ser e aceitar e ainda melhor é gostar disso, gostar de respoder do jeito que eu sei, de escrever do jeito que quero, de falar minhas insanidades e espalhar por aí pensamentos e sentimentos controversos a meu respeito, é bom parar com a obrigação de me dar satisfação em tudo, de dar satisfação aos outros e sobretudo de procurar indícios de certo ou errado nas minhas ações porque afinal eu gosto da vida que eu tenho, de onde moro, das minha companhias, dos lugares que visito, do que estudei, gosto dos altos e baixos da minha profissão, sou viciada nisso, e do tempo que parece livre e que vez em quando pelo espelho me dá um tapa na cara! gosto de estar suspensa no infinito e de ser responsável também por algumas inscrições na minha história. Às vezes acho que cheguei na metade da publicação do tal livro da vida. não, eu não quero morrer cedo! eu gosto de estar aqui, preciso repetir! mas é que não sei se alguém que vive assim como eu consegue vingar por muitos anos e talvez isso não importe tanto quanto antes. me satisfaz hoje olhar pra frente, mas não tão adiante e com paciência frear toda a insegurança a ansiedade e os desastres que elas provocam. em São Paulo faz frio, estou dentro de casa o dia todo e ainda nem conheço essa cidade. Amanhã, me apresento mais uma chance e amanhã vejo como me saio, se saio.