essa postagem é uma obrigação. crônica, relato, não sei de que forma, mas preciso cumprir uma promessa que fiz pra mim mesma. escrever a qualquer custo sobre o meu dia! venha o que vier, respeito, respeitem. sei que vai ter gente aí rebaixando esse texto a um simples registro tipo aqueles escritos em diários de adolescentes. o negócio é que de repente hoje tudo foi muito diferente. e eu podia ter ficado irritada com isso, pois planejar um dia é raro e preciso. nada aconteceu de mais nem de menos. a culpa é metade minha, metade do acaso. eu, por adorar fantasiar e dramatizar detalhes bobos que qualquer um nem notaria. o acaso, como lua cheia que rouba a cena em noites especiais, hoje resolveu solar em boca de cena. foi mesmo um dia, no final das contas, cheio! até piolho catei na meia arrastão que prendia a cada movimento que fazia, entende? piolho! piolho pipoca e meia arrastão prende em tudo! e faz tac tac! e com o mesmo jeito de tirar piolho eu desprendia a meia pra continuar andando pelas ruas da Tijuca, de Botafogo, do Catete, de Copa e de Laranjeiras também. por todos esse lugares orelha em pé, como de cão de guarda. tão curioso estava o som da cidade e as músicas que me cruzaram. até trilha sonora! eu sou uma personagem, sempre que quero e quando menos espero. na fila morta da Vivo não pude dançar, pois me confundi com tantos ritmos. samba ou jazz? bossa nova? rock, tango, bolero, forró, fado engasgado e ódio nos olhos saltados. suspiro me viro e repito três vezes: vou dar uma volta, vou dar uma volta, vou dar uma volta. vou ver a cidade, vou sozinha sem amizade. não decorei nunca o número nem do mais importante dos amigos, sozinha. impossível! eu dou três passos e logo escuto meu nome bem alto numa exclamação tão bem vinda! eu nem me assustei, sorri! vem, vamos ali tomar um café? sim. vamos ler um pouco? sim. e fazer uma hora pra ir ao teatro? sim. vamos trocar figurinhas, letras e segredos? sim! sem pressa melhor ainda. com adoçante e cigarro, dorittos e sprite light. bom, tudo numa desordem só. sem linha cronológica, por favor. então agora eu volto ao momento em que entro novamente no meu carro e ligo o rádio que ainda está na mesma estação de antes, tocando a mesma música de antes, ainda no refrão, só que horas depois! horas e por mais de 20 minutos apenas o refrão continuou tocando! estranho, realmente um detalhe estranho. muitas hipóteses, mas a primeira claro foi a mais ego trip de todas. quis achar que era um recado pra mim! pra mim, com certeza! tocava girl you gotta love your man, the doors. eu balançava a cabeça curtindo aquilo, concordando com aquilo até que me enchi o saco, rindo de mim que não trocava de estação mesmo assim. 91.5, alguém conhece? não era pra mim porra nenhuma. o dj e locutor morreu em plena transmissão e o corpo caiu pra frente, onde fica a vitrola. ninguém percebeu? só eu? ai coitado! morto e esquecido! morreu de que? se matou? foi assassinado? a sua mulher, sua amante, sua ex, quem era a louca que o matara com unhadas profundamente cravadas na jugular? a de unha maior e mais afiada, uma arma pintada de vermelho doce inferno. será que foi o sangue que fez o disco tocar sempre a mesma parte da música ou será que a louca depois do crime cometido ainda teve a frieza de esolher a trilha sonora e ainda por cima mixada?! é almodóvar? é filme? é nada! é imaginação. imagem, ação, imaginerie, simulacro, invenção, fantasia, desejo de metafísica, sei lá..... buenas noches!
quarta-feira, 28 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
hoje eu vou postar até o meu dedo cansar, vou gastar do único jeito que me resta! vou gritar com os teclados prateados do meu mac maltratato, vou cuspir nos olhos de alguém uma hora dessas esse tanto de palavra molhada do esforço em querer dizer o que desorganizado tem me incomodado tanto. tecla, tal, talco, tara, tico, teco, tiara, teco, tive, toma, tá nada, sou nada, tapada, tá fudida! tsc, tilte, titanic, tiramissu silvestre derretido na memória. agora já está melada a confusão!
muito estranho
às vezes penso que engoli um demônio e não fiz a digestão...
minha tia disse que é normal, mulheres intensas são assim. minha tia nunca sentiu nas entranhas isso que eu sinto. ela mesma me confessou que sabia que a vida podia ser bem pior, mas preferia sentir as coisas com mais leveza. perguntei como fazia para preferir e conseguir o que prefere. ela ficou calada e com um semblante muito doce simplesmente inclinou a cabeça para cima e ainda calada suspirou com os olhos brilhando. sei que ela não viu nada e eu fiquei sem resposta. pouco antes da sua morte, eu voltei nesse assunto porque sempre pensei que quando a pessoa sabe que vai morrer parece que vê a vida com mais clareza. ela mais uma vez calada. que coisa! muda não era e ainda tinha uma certa força para abrir a boca e deixar escapar algumas palavras. balbuciaria, imaginei com ansiedade me queimando o demônio, alguma dica, sei lá... nada, nada. não disse nada, nem olhou para cima. olhou para mim com um olhar muito estranho. metade pena, metade inveja.
minha tia disse que é normal, mulheres intensas são assim. minha tia nunca sentiu nas entranhas isso que eu sinto. ela mesma me confessou que sabia que a vida podia ser bem pior, mas preferia sentir as coisas com mais leveza. perguntei como fazia para preferir e conseguir o que prefere. ela ficou calada e com um semblante muito doce simplesmente inclinou a cabeça para cima e ainda calada suspirou com os olhos brilhando. sei que ela não viu nada e eu fiquei sem resposta. pouco antes da sua morte, eu voltei nesse assunto porque sempre pensei que quando a pessoa sabe que vai morrer parece que vê a vida com mais clareza. ela mais uma vez calada. que coisa! muda não era e ainda tinha uma certa força para abrir a boca e deixar escapar algumas palavras. balbuciaria, imaginei com ansiedade me queimando o demônio, alguma dica, sei lá... nada, nada. não disse nada, nem olhou para cima. olhou para mim com um olhar muito estranho. metade pena, metade inveja.
entre os fios quebrados finos aos meus olhos cortados estranhos sem pausa com pressa para nada capto ca ca ca beça capta piolho no olho de quem vê balançar a cabeleira de finos fios ca castanhos dançantes movimento estética solidão brilho e algo de sexual escondido ainda mais dentro do emaranhado desesperado pára
próxima
amanhã
eu não sei
3
tarde
próxima
amanhã
eu não sei
3
tarde
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