sexta-feira, 25 de novembro de 2011


me perdi em SP, as ruas subiam, desciam e não davam em nada que eu pudesse reconhecer

corri do contra- fluxo, flui na correnteza por avenidas marginais, esquinas corrompidas, meninas estilistas, de merda em pastas por aqui se escorrrega muito mais

nos jornais, sou dado, estatística, número, 6 reais, uma nota de um em canoa viaja moedas pelos ralos da cidade

cada vez que dou um passo, e surda admito meu ouvido é pinico, de plástico, lavô tá novo!

ê São Paulo, terra da garoa, terra de gente boa, ê São Paulo, terra da gangorra

ê São Paulo terra de ninguém, eu tb mordo um pedaço da sua maçã do pecado, vc não sente, mas meus dentes são firmes!

domingo, 16 de outubro de 2011

e se eu fosse aeromoça?

se pichasse os muros da cidade ou gravasse nas peles dos que esbarro, se colasse avisos de que me mudei pra outro mundo, se contasse, se cortasse, escapasse, se descolasse uma carona num super airbus desses supersônicos ainda nãoinventados, numa respiração não presa, caisse num planeta mais lúcido, com l maiúsculo de libido, de lambinda, liberdade, de lugar, de loucura com d de doçura com o de omelete pq os ossos também pedem carinho de vitamina, cuidados de astrologia, as casas arrumadas em símbolos bonitos com narrativas felizes, tomasse calmantes, guaranás, porres e pilequinhos, polenguinhos e outros vícios gostosinhos? se chegasse e falasse simplesmente o que sente e a crueza do clichê não incomodasse o sentido de quem me lê, a coisa ia ser mais fácil?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

pra temporada acontecer

http://www.sibite.com.br/Projeto/ProjetoDetalhe.aspx?IdProjeto=167

pra temporada de Mulheres de Caio acontecer em São Paulo!
tão sem jeito as coisas se arrumam
seus dedos na minha boca
meu perfume no seu cabelo

tão sem porque as coisas desandam
procuro o sono
de olhos pro lado oposto
do que era meu

no sono vejo seu rosto
e que gosto?

que gosto tem
seus dedos agora, hein?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

poesia

a beleza não está só no que é bom de ver, a dor é bonita. palavras rascunham algum sentindo em tudo o que é desordem no corpo. precisa- se de poesia. sem ela tudo é loucura podre. quando a vida perde sentido ficamos vulneráveis, inocentes, destemidos. partimos pra luta, nos vencem, caímos, levantamos. tudo para desregular esse sisteminha em seguida. e romanticamente vivemos a prometer o pulso cortado, escoamos a nossa ideia da gente na imagem do sangue jorrando da veia perfurada, se tivéssemos coragem. metaforicamente existimos na plenitude do nada, da incerteza, do medo, do mistério. mãos atadas, enroladas em múltiplas escolhas. vias ocupadas, às vezes invisíveis, escorregadias. isso dura. lucidez. esse é o estado. a poesia que não consigo escrever e quando vem a gostar de mim só faz me levar para um lugar que eu não sei qual. confio. em que pé estará minha condição de ser quem sou? que eu procure por mim sempre que me sentir perdida, que eu procure em mim sempre que estiver vazia. a poesia diria.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

animal!

o cara tava babando como um cachorro nas canelinhas da guria bronzeada e ossudinha. quase fui atropelada. em câmera lenta a gosma pingava da boca velha e torta, contornada por um bigodinho ralo e grisalho. de repente ele mexeu a língua como um lagarto faminto por uma crocante mosquinha tola dando sopa. era uma língua geogáfica e pontuda que com força furou o tempo. voltei à velocidade normal da cidade imediatamente, corri para a calçada, esbarrei no velho e quem morreu foi ele, atropelado por um caminhão!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ensaio

ok, aos 30 então é quando você assume que as coisas são o que são e podem ser boas assim, sem conformismo, nem satisfação, uma sensação que fica bem no meio disso, a palavra uma hora vem para definir ou tentar. fato é que quando olho no espelho e vejo um fio de cabelo branco ou uma ruga no canto do olho eu não tenho nada o que fazer e para que as coisas continuem andando da melhor forma, eu só preciso aceitar e seguir, adicionando esses dados da realidade/tempo na sacola das coisas normais. é normal.... a gente sempre pensa quando se assusta com a resposta do tempo que passa rápido demais! o ano voa, o dia eu nem vejo, e por aí vai e assim a gente aprende que uma hora não tem mais pra onde correr, a vala é certeza! kkkkk eu sei que não se morre só de velhice, mas o que sinto é que o cabelo branco perdeu alguma coisa de vivo e a pele enruga tb porque algumas células morrem e tudo o que quero dizer com isso é que eu sou quem eu sou até hoje e não posso perder tempo reclamando comigo sobre coisas que eu não fui capaz de fazer e coisas que eu definitivamente não posso fazer, pelo menos não nessa vida! aceito! isso não quer dizer que eu tenha parado de ambicionar autorrevoluções e quebras de padrões comportamentais, que desisti de algum sonho ou que tenho preguiça de viver, é bem mais simples! o que quero dizer e aceitar é que eu posso gostar de quem sou assim exatamente como sou hoje, ainda com 99, 9% de fios castanhos no couro cabeludo, sem ter cumprido tudo exatamente como havia planejado quando mais nova e por aí vai... vai me abrindo a noção de que tudo é fantasia e que agora basta ser e aceitar e ainda melhor é gostar disso, gostar de respoder do jeito que eu sei, de escrever do jeito que quero, de falar minhas insanidades e espalhar por aí pensamentos e sentimentos controversos a meu respeito, é bom parar com a obrigação de me dar satisfação em tudo, de dar satisfação aos outros e sobretudo de procurar indícios de certo ou errado nas minhas ações porque afinal eu gosto da vida que eu tenho, de onde moro, das minha companhias, dos lugares que visito, do que estudei, gosto dos altos e baixos da minha profissão, sou viciada nisso, e do tempo que parece livre e que vez em quando pelo espelho me dá um tapa na cara! gosto de estar suspensa no infinito e de ser responsável também por algumas inscrições na minha história. Às vezes acho que cheguei na metade da publicação do tal livro da vida. não, eu não quero morrer cedo! eu gosto de estar aqui, preciso repetir! mas é que não sei se alguém que vive assim como eu consegue vingar por muitos anos e talvez isso não importe tanto quanto antes. me satisfaz hoje olhar pra frente, mas não tão adiante e com paciência frear toda a insegurança a ansiedade e os desastres que elas provocam. em São Paulo faz frio, estou dentro de casa o dia todo e ainda nem conheço essa cidade. Amanhã, me apresento mais uma chance e amanhã vejo como me saio, se saio.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

odeio tudo o que tenho escrito
o que não tenho escrito mais ainda
não tenho para quem pedir desculpas ou pq me envergonhar
sem saída, dói

segunda-feira, 27 de junho de 2011

borboletas coloridas

-apaguei as primeiras linhas desse post, o que ficou foi por respeito ao tema do blog-
altas horas da madrugada, na sala, às vezes algumas besteiras distraem... geladeira, gelatina, gel de arnica, dor no pé. ando e ando o dia todo e só eu sei que voar seria tão melhor. um carro que quebra, uma grana que vai, um dia a mais eu fico sem chão. caminho e caminho, os dias são de corpo pra lá e pra cá. à noite a alma é que vai, o pensamento com asas. os anjos não vemos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

planejei

Oi, apresento agora a minha prateleira de planos:
Repleta de tópicos em caixas lacradas como verdadeiras virgens.... algumas empoeiradas, outras em pior estado: mofo verde aveludado. Os sonhos mais abandonados, os do tipo que a gente acha que não são pra gente, ficam debaixo de um manto desse mofo. Tem que ter coragem para visitar de vez em quando essa enorme despensa. Ver todos os desejos colocados lado a lado numa estante suspensa na linha do horizonte, é forte. É como olhar pra dentro sem ajuda de especialistas, sem suporte do que conhecemos por amor próprio. O que mais me chama atenção? As migalhas espalhadas entre uma caixa e outra, restos, rastros, resíduos de falhas, lacunas, tempo que passa. Ah, a quantidade delas tb me assusta! As maiores e mais pesadas caixas ficam juntas num canto iluminado, escolhi uma lâmpada de cor azul. Ali estão as vontades que não mudam e portanto podem empoeirar. Sempre vai haver um último sopro....As caixinhas nervosas, as mais jovens e volúveis, vivem se esbarrando, lutando por uma vista privilegiada aos meus olhos. O que eu priorizo? Ter tudo isso guardado sim e ir consumindo ainda nessa vida tudo que eu conseguir, considerando os momentos de letargia, absolutamente genuínos, absolutamente aceitáveis. A culpa fica para outro texto. Aqui é só para remediar de alguma forma as limitações da vida real. Aliviar, burlar. Fotografar.

sábado, 21 de maio de 2011

golpe o golpe golpe o golpe que golpe? golpe é gostoso de escrever
golpe me lembra galope, me lembra um bicho arisco com medo de se fuder, antes ele do que eu!

era isso

atravessada e atrapalhada, trapezista ainda assim segura firme... altura equivalente a um prédio de inúmeros andares, atmosfera ciclônica e destino a perder dos olhos. perigo assimilado, respiração de atleta, uma gota de suor e um grito de alívio. alguém cortou a corda e o choque não durou, o choque foi. poeira.

mancha tudo, porrammm

segunda-feira, 16 de maio de 2011

se pintar de cor fraca não vence

o título parece uma dica de beleza, mas esse pensamento é o elixir da vida!
pode ser o terror dos vizinhos, dos namorados e dos parentes, pode ser que você seja alvo de crítica, pode ser que incomode, que faça cansar, suar e odiar. pode ser que não se realize como melhor amiga, madrinha, irmã, namorada, pode ser que não dê em nada, que morra afogada. condições sempre hipotéticas, planejamentos feitos para até no máximo uma hora e unhas sempre pintadas coloridas crispadas na alça da bolsa. não corre, não anda, não voa, não fica parada. flutua, escorrega nas horas e se embola em calendários caóticos. destaca páginas inteiras da sua própria vida, diz coisas que não imagina, amassa os erros com alguns poucos acertos e novamente pisa na bola de algum jeito meio sem jeito, sem querer, então sofre e chora e fica de cama. tem febre de amor e por falta de amor, tem saudade de fazer coisas que não fez, acha que vai morrer cedo, não tem dinheiro. não tem como ter dinheiro porque não sabe calcular e não pretende saber, não quer imaginar o que é a vida no diário oficial. lê jornal. caderno de cultura. devora as horas de sono para trabalhar em estado onírico. acorda cheia de soluções. às vezes apenas soluços. no tempo de um pipi vai e volta da Lua sem nenhum arranhão. questiona o mundo, mas não toma partido em quase nada, afinal acredita em tudo. tem seus pontos de vista, prefere não perder amizades por isso, se pinta uma discordância mais grave então pode ser que se arrisque. não suporta mau humor, dos ourtos! é violenta, perigosa, dirige se maquiando e gosta de batom vermelho. conversando, lendo e cantando, dirige bem melhor que o namorado. tenta contar isso a ele, mas tem o maior amor do mundo, quase como de uma mãe. não pode ter filho, ainda não tem esse direito! não tem! ficou bonito e termino assim... é de cores fortes, um borrão, é melhor isso do que não deixar marca nenhuma. é mais para os outros, é bem mais para os outros e isso não sei se é bom...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

loucura tem perdão?

terça-feira, 19 de abril de 2011

rapidinho

o bichinho tadinho tão encostado com cara de largado no meio da rua
o bichinho tadinho fica o tempo todo calado
me lembro faz tempo ele vivia correndo dos outros
fazia cara feia de bobeira uma cara feia feia
agora tadinho bichinho molinho tristinho
tá cansado arrasado acabado
no fundo dos olhos eu reconheço é aquele bichinho mesmo do começo
no começo bem antes de correr demais e acabar exausto
ele mostrava aos outros por onde ir
conhecia as ruas mais escuras os becos toda a cidade
mesmo daquele jeito tão calado sempre calado
a voz bonita mas de tão escondida engolida
ai bichinho que agonia me dá ver você morrer

quarta-feira, 30 de março de 2011

é a noite!

escuto um soluço abafado quando deito de lado no travesseiro. vem de lá de dentro. é feito coração batendo. como o som de gota d'água pingando no fundo do poço, do balde que uma hora transborda... e silencia.

mas nem tudo é tão triste!
pra aliviar a tensão e fazer a conexão:

"...as certezas de toda uma vida não raro se transformavam sob as influências melancólicas da noite e da insônia." Dostoievski em O eterno marido

segunda-feira, 28 de março de 2011

pois fico aqui parada então

eu sei o que habita o espaço caótico entre o sim e o não: é uma resposta. imprecisa, claro!
alguns acham que a indecisão é falta de coragem, mas qualquer equação solta no universo se destina a uma solução...e o medroso que não foge, se agarra ao sim ou ao não com os olhos apertados invetando logo uma escuridão. não tem pra ninguém! escolher no tempo do mesmo relógio que marca um dia com 24 horas é uma armadilha. você nunca sabe se é melhor correr ou ficar parado.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

é do Antonin Artaud!

sobre o suicídio:

"Mesmo para chegar ao estado de suicídio, devo esperar o retorno do meu eu, preciso do livre jogo de todas as articulações do meu ser. Deus me colocou no desespero como em uma constelação de impasses cuja radiação chega a mim. Eu não posso nem morrer, nem viver, nem desejar morrer ou viver. E todos os homens são como eu."

é da Cecilia Giannetti

vasculhando o livro, que mais parece um baú, Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi, encontrei essa belezinha de trecho:

"Eu me preparo para outra festa, inspecionando diante do espelho o resultado de um trabalho minucioso de mulher: unhas, cabelo, tintas pela cara toda. Irei à festa ciente de que gostarei menos de mim quando estou perto dos outros. Eles sempre me dão chances infinitas para atuar como a pessoa cheia de merda, afetada, caricatural e fleumática que sou. Eles pedem. Não sei como me aguentam, só podem estar de sacanagem."

sábado, 19 de fevereiro de 2011

últimas flores.

l´amour
la mort
la peste
comigo!
l´amour
la mort
la peste
je détèste!
....................vou mandar esse post por sedex.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

getting old

fat and short
losing bright
my religion
and my own.................................................................
....................todos os nossos operadores estão ocupados no momento.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

nudez ridícula é a que finge expor a carne crua em palavras temperadas com regras da linguagem, lavagens. nada selvagem. o que é então preciso para desnudar com coragem? coragem!
rimadinho, né? pois avisei que era ridículo e aqui está!
só mais uma palavra: crueldade.
faz sentido?

contra mim e todos os meus poderes mágicos

ingenuidade é o que trai
me
fui
escapei
e continuo cometendo
ingenuidades
que traem
me traem
fazem
me
sou
ingênua
nua
continua...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

meu machismo

o segundo sexo exige explicações que ninguém é capaz de oferecer

coladinho

vivo atravessando nua espaço com alegria todo dia a te encontrar
e se tem sorriso rapidinho eu te digo que é pra já
olha o cafezinho, quer toddynho, num descuido eu te faço um carinho
não, não posso agora
meu amor eu não demoro pra voltar
eu quero colar o meu corpo no seu
eu quero colar o meu corpo no seu
em qualquer lugar
leve um casaco vai por mim não temo o tempo que está
mas pode chover por aí
eu ouvi
eu quero colar o meu corpo no seu
em qualquer lugar

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

remix de mim.

repete as palavras mais duras no eco do siliêncio, palavras borradas de um escrito que não pode mais reconhecer. pessoa: eu. sozinha, a vida decepciona só a mim. fórmula covarde e eficaz. de tempos em tempos. de eco em eco. até não aguentar, que a falta de veneno também mata alguma coisa que precisa continuar.

domingo, 30 de janeiro de 2011

bonequinha de luxo

a boneca russa quer falar muito hoje e parece que quer trocar o nome desse blog! pode?
conversei com ela, expliquei que não é fácil mudar o nome das coisas como quem troca de madeira. talvez não eu seja tão inteligente quanto ela, mas dócil me ouviu e por enquanto está quieta. ah, essa boneca russa não sossega! sempre uma novidade! não encolhe ou estica sem fazer disso uma novela. boneca mexicana! isso eu só pensei, claro! se ofender a bonequinha, ela roda a baiana!

a boneca russa quer falar

tive uma visão que só mesmo ao vivo posso contar. precisa olhar nos meus olhos para acreditar! adianto que, enquanto esperava por você, matutando sobre a vida descobri umas coisas e delas surgiram outras e assim fui desvendando tudo, sem querer. eu não quis ir até o final, mas tanto você demorou, que lá cheguei. assim não posso te contar, vc não vai acreditar.

pense
























D de derrelição

de desespero
desassossego
repito
e digo
sossêgo

ego

domingo, 23 de janeiro de 2011

sobre a importância das coisas

parágrafo 1:
um dia, de repente, admitir que entendeu bem o que vive e isso significa não diminuir o valor dos acontecimentos somente por acreditar que não se deve levar tudo tão a sério. sério. e a nuvem que encobre o brilho real daquilo que dói demais ou que é bom demais para suportar naquele momento, um dia sai de cena e quando venta já é tarde.