a beleza não está só no que é bom de ver, a dor é bonita. palavras rascunham algum sentindo em tudo o que é desordem no corpo. precisa- se de poesia. sem ela tudo é loucura podre. quando a vida perde sentido ficamos vulneráveis, inocentes, destemidos. partimos pra luta, nos vencem, caímos, levantamos. tudo para desregular esse sisteminha em seguida. e romanticamente vivemos a prometer o pulso cortado, escoamos a nossa ideia da gente na imagem do sangue jorrando da veia perfurada, se tivéssemos coragem. metaforicamente existimos na plenitude do nada, da incerteza, do medo, do mistério. mãos atadas, enroladas em múltiplas escolhas. vias ocupadas, às vezes invisíveis, escorregadias. isso dura. lucidez. esse é o estado. a poesia que não consigo escrever e quando vem a gostar de mim só faz me levar para um lugar que eu não sei qual. confio. em que pé estará minha condição de ser quem sou? que eu procure por mim sempre que me sentir perdida, que eu procure em mim sempre que estiver vazia. a poesia diria.
Um comentário:
poesia deixa tudo lindo, leve. é um bálsamo, não é!?
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