Oi, apresento agora a minha prateleira de planos:
Repleta de tópicos em caixas lacradas como verdadeiras virgens.... algumas empoeiradas, outras em pior estado: mofo verde aveludado. Os sonhos mais abandonados, os do tipo que a gente acha que não são pra gente, ficam debaixo de um manto desse mofo. Tem que ter coragem para visitar de vez em quando essa enorme despensa. Ver todos os desejos colocados lado a lado numa estante suspensa na linha do horizonte, é forte. É como olhar pra dentro sem ajuda de especialistas, sem suporte do que conhecemos por amor próprio. O que mais me chama atenção? As migalhas espalhadas entre uma caixa e outra, restos, rastros, resíduos de falhas, lacunas, tempo que passa. Ah, a quantidade delas tb me assusta! As maiores e mais pesadas caixas ficam juntas num canto iluminado, escolhi uma lâmpada de cor azul. Ali estão as vontades que não mudam e portanto podem empoeirar. Sempre vai haver um último sopro....As caixinhas nervosas, as mais jovens e volúveis, vivem se esbarrando, lutando por uma vista privilegiada aos meus olhos. O que eu priorizo? Ter tudo isso guardado sim e ir consumindo ainda nessa vida tudo que eu conseguir, considerando os momentos de letargia, absolutamente genuínos, absolutamente aceitáveis. A culpa fica para outro texto. Aqui é só para remediar de alguma forma as limitações da vida real. Aliviar, burlar. Fotografar.
Repleta de tópicos em caixas lacradas como verdadeiras virgens.... algumas empoeiradas, outras em pior estado: mofo verde aveludado. Os sonhos mais abandonados, os do tipo que a gente acha que não são pra gente, ficam debaixo de um manto desse mofo. Tem que ter coragem para visitar de vez em quando essa enorme despensa. Ver todos os desejos colocados lado a lado numa estante suspensa na linha do horizonte, é forte. É como olhar pra dentro sem ajuda de especialistas, sem suporte do que conhecemos por amor próprio. O que mais me chama atenção? As migalhas espalhadas entre uma caixa e outra, restos, rastros, resíduos de falhas, lacunas, tempo que passa. Ah, a quantidade delas tb me assusta! As maiores e mais pesadas caixas ficam juntas num canto iluminado, escolhi uma lâmpada de cor azul. Ali estão as vontades que não mudam e portanto podem empoeirar. Sempre vai haver um último sopro....As caixinhas nervosas, as mais jovens e volúveis, vivem se esbarrando, lutando por uma vista privilegiada aos meus olhos. O que eu priorizo? Ter tudo isso guardado sim e ir consumindo ainda nessa vida tudo que eu conseguir, considerando os momentos de letargia, absolutamente genuínos, absolutamente aceitáveis. A culpa fica para outro texto. Aqui é só para remediar de alguma forma as limitações da vida real. Aliviar, burlar. Fotografar.