sexta-feira, 14 de novembro de 2008

fumaça de vento frio ofusca meu olhar
a luz parece o sol de um farol
mas me escapa veloz e me sinto só
personagem única de um filme mudo e sem cor
um filme deserto de lugar e gente
eu sou a miragem que a película captou
a única forma viva em movimento lento
quase pedindo pra parar com medo de congelar
mas o tempo não tem fim, é eterno morar aqui

Um comentário:

rogerio santos disse...

Tenho um poema que dialoga(ria) com esse teu.
O título é de filme e o texto tem como pano de fundo a cidade e um personagem.
É um dos meus Geopoemas Paulistanos.

Beijos

Blade Runner da Silva
ROGERIO SANTOS

na noite
da minha cidade
não há estrelas,
desaba chuva
de propaganda
enganosa.

out-doors
são máquinas
de lavar dinheiro
ditando o foco
da sociedade
cadente.

resta na lua fosca
coadjuvante colírio
nos olhos
bombardeados
por implacáveis
luzes.

olhos-de-gato
são reticências
direcionando
o modo de vida
embalado para viagem.