quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Texto de apresentação: mas que coisa formal, sim é, estou assim agora, bem burocrática, pois já gastei toda a minha cota de poesia por hj. eu não fui abençoada com talento de escritora tanto quanto gostaria, existe uma fonte, porém, e daqui saem algumas palavras. bom, hj aqueci o corpo, ensaiei, estudei na biblioteca até meu amor próprio me expulsar de lá, tive um impulso estranho de ir até o mosca e de sair de lá correndo logo depois, peguei o carro e fui mais cedo até o Leblon pra ver O Natimorto - Um Musical Silencioso, do Lourenço Mutarelli com direção do Bortolotto ( ele é realmente muito estranho pq se ele não for isso td de esquisito é ainda assim muito estranho que se faça parecer tanto, ele tava no café na mesa em frente, ok, mas quando se levantou, andava como um bêbado velho arrastando suas botinas de cano médio arrebentado e caindo pelos lados, um estilo meio adolescente underground de sapato, nessas horas me faz falta um personal stylist, gostaria de oferecer uma definição melhor do pisante do cara). esperei horas antes da peça começar, fiz um lanchinho com a maravilhosa coca- cola zero bem gelada e escrevi no jornal que tinha na bolsa minhas sensações de solidão e cansaço. é realmente uma pena quando não escuto minha intuição. bem antes de sair de casa, sempre toda carregada ainda pensei em arrumar um jeito de levar meu caderninho que não é tão inho assim e por isso ficou pesado na minha cama mesmo. acabou o papel, escreve no jornal! de repente eu posto alguma coisa desse momento um dia. escrevi a respeito de uma dor que eu sinto desde muito tempo, não sei precisar. bom, tô lá no café escrevendo minhas bobagens e o celular toca me dispersando. era a mar perguntando o número da minha poltrona e coisa e tal e aquela confusão de tirar as coisas de cima da bolsa, de abrir a bolsa e tentar achar a carteira e de tentar achar o bilhete lá dentro no meio de tantos papéis de cartão de crédito, cartões de salão de beleza e aula de francês e Santos Expeditos, achei! G5 , jaé! oi! td bem ta linda que bom vamos? olha a Alessandra Negrini, o Du Mosovisc, o Bruno sei lá o que, o Nelson Xavier (ah! esse foi legal ver de perto). o primeiro sinal tocou, sentamos. música, cenário e luz de serviço diminuindo aos poucos enquanto o povo falava e mastigava de boca aberta balas e pipoca de plástico. luz do palco, pessoas ainda conversam, eu tento não parecer chata e digo pro namorado da amiga que tb é amigo que já começou sim. entra em cena o primeiro ator, silêncio... mentira, mais foi impactante pra todos. agora estava oficialmente começada a peça e finalmente via o que queria. excelentes atores, ótimo texto, muito boa peça. valeu a pena mais do que o comum esperado. eu ri, me encantei com o trabalho dos atores e com as camadas do texto, pensei sobre a solidão e vi que não estava sozinha! todos somos sós e é lindo! "E mesmo o cansaço da vida tem certa beleza quando é suportado sozinha e desesperada", disse a Clarice em Perto do Coração Selvagem e eu me acalmei na minha própria solidão e escrevi isso td pra quase nada pq apenas ia dizer que queria apresentar esse blog hj já q o meu antigo se perdeu no espaco virtual. era um blog segredo bobo, pq tinha muita vergonha de me expor, mas vale o risco se puder exercitar minha escrita aceitando a presença de um interlocutor invisível. eu adoro o que tem em cima da minha cama, talvez traga algumas folhas do caderninho até aqui, e tb pensei muito que realmente as pessoas precisam se amar!

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