quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

estou nua sentada aqui abrindo uma ferida que acabou de me acontecer dilacerando minhas entranhas, estou nua agora. o homem só ama com toda sua força aquilo que não possui mais, é doloroso demais perceber que tudo que nos acontece no presente não tem o valor que daremos mais pra frente. é curioso como contamos algo do passado, como gostamos de lembrar com entusiasmo e como com o tempo aquilo se torna ainda mais especial do que realmente foi e se foi, apenas muito pouco entendemos naquela hora, são raros os momentos em que nos entregamos tanto a ponto de ter a consciência de que estamos vivendo algo inesquecível e portanto profundo! gostaria de ter um alarme embutido no coração, uma espécie de marca-passo que gritaria sempre que eu me jogasse na preguiça ou mesmo na descrença. não sei, seria bom talvez poder lembarar disso sempre enquanto estamos nos instantes que decorridos são a nossa história, o que estamos fazendo das nossas vidas? que piegas! eu sei, mas não deixa de me atordoar pensar assim e sentir tanta tristeza de ver tantas horas disperdiçadas, tanto amor, tanta alegria e criatividade, td isso indo embora com as horas vazias cheias de esperanças também vazias. e o que eu posso fazer pra me livrar disso? gostaria de contar com algumas pessoas, sozinha só posso fugir e com certeza não é apenas uma idéia. quando vem essa tristeza, quando sinto falta de mim e de você, desejo mesmo ir sem ninguém. choro nua na rua sozinha sonhando e inventadndo sim uma paz só minha, ou um mundo pra muitos amanhãs e até lá serei como areia cinza esquecida, nada, nada! vou embora, enfim... vou indo assim... e eu que antes apenas queria estar tão dolorosamente saborosa na sua memória agora quero queria ainda mais, queria ser um presente gritante, queria ser um ataque fulminante no seu coração, que com certeza já guarda muitas outras saudades de tantos instantes passados... acho que vou embora, só poderei ser amada e lembrada como desejo se já não for mais sua e de mais ninguém, essa é a maior prova da impossiblidade do amor. precisamos então que ele se manifeste apenas pela memória com todos os sabores doces que sobraram pq na hora, no presnte, td é também tão difícil e incômodo, e até isso não percebemos! somos coitados! esse destino não é smente meu! vamos todos embora uns dos outros, de uma forma ou de outra, vamos todos indo assim e eu aqui agora pelo menos a mim pertenço com toda minha força quase morrendo por chegar tão perto do fim, afinal sem amor, pode ser que reste o sexo, a amizade e outras coisas que não chegam perto do que eu preciso, preciso mesmo me decidir, continuo na ilusão? enfim, não sei não, isso tudo me aconteceu assim e vai vltar a acalmar e e vai voltar a inundar e ciclicamente vou levando até nem perceber como fui parar onde estarei.

Um comentário:

Renato Alt disse...

Aqueles que se permitem viver e sentir, como nós, creio que estão destinados (ou condenados?) a, em algum momento, questionar como chegamos até onde estaremos. Mas, ao mesmo tempo, teremos a certeza de que cada instante que nos levou até ali foi intenso e plenamente vivido; penso ser melhor do que ver a vida passando ao lado.

"Sentir" é o que realmente tem significado. O resto é só papel-moeda.

Beijos.