cresceram no meu jardim. cobras enormes com dentes afiados. quebraram os vidros das janelas enquanto eu tentava proteger as portas. elas entraram, foram mais fortes. uma para cada cômodo e nem sei quantas porque não conhecia minha própria casa.
quando tomo um banho decisivo, me lavo demoradamente. deixo a água morna levar o que não é meu. no final só fica eu, meus cabelos que restaram, minha pele viva, minha velhice esperada, meus peitos doendo, um certo cansaço, a certeza da solidão.
um contentamento por ter vivido, por viver e por ainda esperar alguma coisa me toma quando deito depois de mais um dia.
quando tomo um banho decisivo, me lavo demoradamente. deixo a água morna levar o que não é meu. no final só fica eu, meus cabelos que restaram, minha pele viva, minha velhice esperada, meus peitos doendo, um certo cansaço, a certeza da solidão.
um contentamento por ter vivido, por viver e por ainda esperar alguma coisa me toma quando deito depois de mais um dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário