quarta-feira, 6 de maio de 2009

e jura que abandona
mas não sabe ir embora
liga e diz alô
escuta sua voz
a mesma que disse te amo, tchau
se confunde ainda mais
atravessa a rua sem olhar pros lados
deu sorte, não morreu
recolhe seus pertences
não sabe se são seus
nem mesmo aqueles lances
marcados como gados
por letras do seu nome
e isso é uma pista
nem sabe que é artista
começa a tremer
e não entende o porquê
carrega o peito de ar
se afasta da multidão com um olho roxo e o outro a aguar
engole um bocado de lágrima
era sal ou caía outra vez
com o rosto sem vida imaginava dizer
talvez, talvez...

silênciada pela falta que o mundo tem de sentido quando tudo de repente desmorona e o que vira escombro não tem cor nem testemunha, é mentira, invenção de criancinha, sacode a poreira e dá a volta por cima, tô vendo daqui a sua calcinha, eu não te odeio, você me acha problemática, não sou maluca, você é muito sensível, gosto disso em você, caiu a ligação, mas quem queria falar com ela?

Um comentário:

M. disse...

gostoso de ler esse texto. amei. : )