Antes que a onda da Ilha do Sol vire espuma e para finalmente fazer Antonin Artaud presente aqui:
"Pode-se proclamar a boa saúde mental de Van Gogh, que durante toda a sua vida apenas assou uma das mãos e, afora isto, não foi além de cortar a orelha esquerda em um mundo onde todos os dias as pessoas comem vagina cozida com salsa ou sexo de recém-nascido flagelado e enfurecido, assim que sai do ventre materno. E não se trata deimagens apenas, e sim de feitos freqüentes, repetidos dia a dia, cultivados em toda a extensão da Terra. E continua sendo assim por mais delirante que a afirmação possa parecer a vida atual em sua velha aparência de estupro, de anarquia, de desordem, de desvario, de descalabro, de loucura crônica, de inércia burguesa, de anomalia psíquica (pois não é o Homem, e sim o Mundo que se tornou anormal), de deliberada desonestidade e insigne hipocrisia, de enlameado desprezo por tudo que apresenta nobreza, de reivindicação de uma ordem inteiramente baseada no cumprimento de uma injustiça primitiva, em suma, de crime organizado. As coisas vão mal pois a consciência doente tem o máximo interesse, neste momento, em não sair de seu estado doentio. E assim a sociedade deteriorada inventou a psiquiatria para defender-se das investigações de alguns seres superiores e iluminados, cujas faculdades de antecipação a molestavam"
3 comentários:
Saudades!
Nossa...forte pra caramba esse texto, hein amiga.
Enfurecido, visceral!
UAU!
Beijos.
saudades da coisuda tb! e lud, usei esse texto numa montagem chamada AK 48 em 2006! e ele é o início do livro Van Gogh, o suicida da sociedade. bjus
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